terça-feira, 28 de junho de 2011

Não existe Arte só na cabeça...





Toda verdadeira Arte é uma expressão da Alma. As formas externas se valorizam, apenas enquanto são as manifestações do Espírito interior do homem... As produções da Arte humana são valiosas apenas como meio para a auto-realização da Alma. (Gandhi).

Não existe Arte só na cabeça. Enquanto estamos presos no plano mental, só gastamos energias. Remoemos idéias curtas e inconsistentes. Não chegamos a lugar nenhum.

Para a semente se realizar como Árvore, é preciso romper o invólucro. Desafiar o desconhecido. Mergulhar nas entranhas da Terra. Noite escura, mas definitiva, indispensável. Sair de seu sono latente, cômodo e acreditar. Mesmo sem saber o que a espera lá fora.

Assim é o ser humano. Se não ousamos, jamais saberemos de nossos potenciais. Se não nos entregamos, superando nossos medos e nossa lógica pequena, como a manifestação artística se revelar? O fazer artístico é como o ritual da Oração. É preciso iniciativa própria, reverência, coragem e desapego...

Arte e Vida. Não tem como separá-las. Negar isto é tornar a existência fragmentada e enfadonha. É violentar uma necessidade inerente a todo ser humano. Ao Arte Educador cabe, através de uma sensibilização ímpar, criar as condições básicas para que o aprendiz possa por si; se auto-educar, ordenando seu “pensar, sentir e querer”; em uma direção onde todas as potencialidades do Ser possam fluir naturalmente.

Estes três pilares: Pensar, sentir e querer, quando em harmonia facilitam nossa vivência de estar no mundo, possibilitando em nós o despertar de valores defasados, adormecidos, esquecidos e a oportunidade para desenvolvê-los com segurança em nosso próprio benefício e favorecendo com isto, o equilíbrio de uma sociedade mais fraterna, sadia.

Disciplina, atenção, perseverança, determinação e acima de tudo, paciência. Muita paciência. São qualidades que o Arte Educador precisa exercitar a cada momento. São atributos da natureza humana de uma grandeza inquestionável. Sem eles nos tornamos máquinas programadas. Fantoches ambulantes sem Luz própria. Personagens de uma comédia amarga, sem cor e indecorosa.

A finalidade do ensino de artes, não é dar fórmulas prontas, entregar à criança um roteiro rígido e já definido, mas sim acender no aprendiz a iniciativa própria, o interesse pela pesquisa, a capacidade de encarar desafios e superar seus próprios limites. Encontrar novas soluções e começar de novo se preciso for. Por quê? Porque assim é a Vida...

Sendo assim, não se trata simplesmente de uma aprendizagem de técnicas, repetição de receitas padronizadas, vírus do modismo, mas sim o exercício saudável de vivenciar as coisas na sua essência. Jamais subestimar o potencial criativo do ser humano.

Provocar as condições necessárias para que o educando por si, seja senhor de suas próprias idéias, lutar , acreditar e investir nelas. Vivenciar as experiências e deixar que elas se incorporem naturalmente na consciência de cada um.

Tudo o que existe aqui neste planeta, as coisas que conhecemos ou ainda desconhecidas, são “portas”, que sabendo utilizá-las com inteligência, abrem-se e facilitam nossa evolução, física, mental e espiritual. Ao Arte Educador compete a responsabilidade de saber conduzir com consciência amorosa, a criança num processo gradual, a adquirir novos conhecimentos intuitivos, lógicos e verdadeiros.

É como afirma o músico e escritor Sthephen Nachmanovitch em seu Livro: “Ser Criativo”, ao falar sobre criatividade:

“Para criar temos que desaparecer. Maravilhoso vazio, porque apenas quando estamos vazios, sem qualquer distração e livres do diálogo interior, podemos responder intuitivamente à visão, ao som, ao sentimento do trabalho que está diante de nós”... (NACHMANOVITCH, Stephen. Ser Criativo: O poder da improvisação na vida e na Arte. 2 edição. Summus Editorial. São Paulo. 1993.186 p.)


Ao exercitar os processos criativos é importante esvaziar-se. Estar atento ao que acontece ao nosso redor. Não impor nenhuma idéia sobre o que quer realizar, mas sim cultivar um estado de silêncio interior, de empatia com o ambiente presente, com todos os objetos, os elementos plásticos a serem pesquisados, de tal forma que esta interação permita o acontecer espontâneo da Criação.

Fugir de imagens estereotipadas. Toda a criação deve fluir de dentro para fora. Ao elaborar as idéias, buscar estas imagens dentro de nós mesmos, na relação mútua entre nosso universo interior e o mundo exterior...

A Arte por sua natureza ultrapassa todos os espaços concebíveis. Não é coerente um ensino das modalidades artísticas, limitado somente ao espaço físico de uma sala de aula, de um atelier. Ela está em todos os lugares. É a manifestação sublime da própria Vida. Sendo assim é de suma importância dar à criança, respeitando sua faixa etária, o direito de participar e aprender, interagindo com suas dimensões internas e os valores culturais inerentes à comunidade da qual faz parte.

Criatividade não é forçar a barra, também não é magia, milagre. Não é força bruta, é sensibilidade, atenção, associação de idéias, o fluir e o fruir da intuição. È saber apreender a linguagem dos acontecimentos. Dar um tempo para cada coisa acontecer naturalmente. Maturação com ciência de causa.

Não é querer ir resolvendo logo os problemas e apresentar a solução final. Essas atitudes nada mais são, de que gestos mecânicos de quem ainda não encontrou o equilíbrio necessário para resolver em harmonia e ponderação, as circunstâncias da Vida.

É saber identificar cada situação. Interagir e transformar estes momentos num desafio positivo onde o aprendiz, possa redescobrir sua história pessoal.. Tomar consciência de novas possibilidades, perceber a si próprio e sua conduta, diante de situações que são “pérolas”, verdadeiros tesouros para nossa evolução interior.


JBConrado é Arte Educador, Arteterapeuta, Artista Plástico... Escreve quando o Universo requisita e o Coração ameaça sair do peito

Web site: www.ayruman.com.br
e-mail: ayruman_artes@brturbo.com.br 

terça-feira, 7 de junho de 2011

A Quinta Dimensão e a Lei da Abundância


A Quinta Dimensão e a Lei da Abundância

Viver a Lei da abundância significa viver doando ao cosmos apenas o que temos de melhor, pois o Cosmos é como um grande espelho, que nos devolve na medida exata àquilo que emitimos. Na verdade o Cosmos nos provê sempre na medida que necessitemos. Do que precisa uma rosa para ser linda? E um pássaro, do que ele necessita para ser feliz e lindo. De nada, eles apenas são, pois o Cosmos os provê a cada instante em função daquilo que eles emitem. Ajamos então como esses nossos irmãos menores, vivendo com fé, através de atitudes determinadas, acreditando firmemente que seremos providos de tudo o que nos for necessário.

Devemos parar de gastar a vitalidade que temos, nos preocupando com o futuro. Tratemos apenas das coisas do dia a dia, conforme vão aparecendo. Assim agindo, apesar das dificuldades naturais, as quais nós criamos, vamos estar sempre sendo levados a situações positivas. Na medida que consigamos entender esse processo e controlemos a nossa ansiedade, sem dúvida nenhuma atingiremos o patamar de abundância com que sonhamos. É nesse momento que começamos a confiar em nós mesmos e a criar um senso de independência e liberdade muito grande, que darão origem à nossa auto-estima.

Já vibramos a nível de quinta dimensão, no entanto, acontece que a cada manhã, num esquema metódico quando acordamos, nos aprontamos para trabalhar e imaginamo-nos dirigindo para o serviço. Começamos assim o nosso dia, criando uma realidade tridimensional dentro da quinta dimensão.

Nossa imaginação é poderosa! Peguemos esta energia e nos primeiros momentos de cada novo dia, criemos um dia de fartura, prosperidade e paz, nos vendo como os alunos que poderão chegar ao final desse período vitoriosos. Temos de três a cinco minutos para isso, pois nesse tempo somos ainda espíritos. Façamos ali uma breve meditação, determinando que somos a mão de Deus em ação nesse plano, para auxiliar aos nossos irmãos do Mundo Maior em seu árduo trabalho, que é o de amparar aos irmãozinhos que agora começam a acordar. Dessa forma estaremos abrindo a oportunidade de sentirmos algo novo e mágico!

A energia que nos permeia hoje circula numa velocidade incalculável, fato esse que nos pode ser de grande ajuda ou completamente prejudicial, pois, os nossos pensamentos se alinham de tal forma à Energia Universal, que recebemos imediatamente o retorno daquilo que estejamos emitindo, ou seja, significa que de acordo com o que emitirmos, estaremos recebendo e, poderemos estar recebendo a abundância que tanto almejamos ou os fracassos e angústias que conhecemos tão bem.

Emitamos então ao Cosmos e a tudo que o compõe, apenas amor... coisas boas... pensamentos bons... pois é isso o que estaremos recebendo de forma imediata. A conexão que agora temos com a energia universal que permeia a todas as coisas, não apenas os humanos entre si, mas às rochas, aos animais, aos peixes e à todas as dimensões de todos os seres, nós inclusive, é mais forte do que jamais foi. Assim, a nossa conexão com a abundância, acontecerá através da aceitação de que somos espíritos e parte dessa natureza e que nosso alimento é o amor.

O nosso sucesso é diretamente proporcional à intensidade de alegria e paixão, que possamos vivenciar em nosso dia a dia. Esse é o caminho da abundância. Temos então de fazer apenas aquilo que nos dê prazer, pois é isso o que irá ampliar o nosso crescimento enquanto espíritos em evolução, temporariamente encarnados.

Assumamos seriamente esta responsabilidade, e começaremos a criar algo em nossas vidas pelo que sejamos e estejamos apaixonados. Algo que nos faça felizes, algo que crie a energia que nos permita ser de maior valia para o Universo. Pois quando nós criamos paixão ao nosso redor, é que nos transformamos no mais elevado valor possível para o Universo. E é aí que as coisas se manifestam sem esforço para nós.

Reunamos a energia de tudo o que já criamos e a ponhamos em movimento agora, nos permitindo corrigir aquilo que necessitar ser corrigido e, nos libertarmos dos apegos e dogmas que não mais nos servem. Expressemos nossa intenção de nos movermos adiante e, ao afastar-nos por um momento, contemplemos o início de nosso movimento para trás no tempo, e veremos a quem realmente somos. Não usemos o nosso pensamento racional, nem tentemos entender tudo em nossa mente.
 Simplesmente permitamos que isso se torne uma parte de nós mesmos e então acontecerá! Tudo é tão mais possível agora do que antes!
É difícil compreender isso?
 Não é não!
É tudo uma questão de conscientização.

Muita paz e muita luz em sua vida!

Extraído de: Mago da Luz


Paz Profunda em Nossos Corações! 
 بارك الله فيك
Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas


domingo, 22 de maio de 2011

O feminino precisa descobrir o Feminino.- por Dúnia La Luna


O feminino precisa descobrir o Feminino.


Feminilidade, Sagrado Feminino, Espiritualidade Feminina...
Hoje, é muito comum encontrarmos materiais desse cunho nas redes sociais ou quando abrimos nossos e-mails.
Claro, em plena Era de Aquário, o Feminino, a mulher e a Terra são assuntos do momento, afinal o planeta está ruindo e blá-blá-blá...
Me utilizo muito dos termos acima em cursos e círculos; porém, percebo que cada vez mais aparecem apelos com esse tema por ser um nicho marketeiro e rentável. Pois bem, que seja!
O público feminino, segundo pesquisas, é o público que mais investe em si mesmo. Mas, com tanta oferta, desde produtos de consumo a cursos vivenciais, quais critérios se utilizam para escolher?
Será que o público feminino sabe valorizar o Feminino? (vou mencionar Feminino com “F" maiúsculo para sinalizar a referência que faço ao seu aspecto sagrado, profundo, ligado a experiência pessoal e psicológica desta natureza).
Como mulheres modernas, fruto de uma geração dirigida pelo patriarcado, aprendemos bem a ter critérios; afinal, existem certificados e diplomas para nos assegurar das qualidades para tudo aquilo em que decidimos investir nosso tempo e nosso dinheiro.
E assim, assinando papéis, analisando rótulos, seguindo regras e exigindo contratos vamos deixando de exercitar nosso "faro", nosso "radar" e a confiança nas nossas sensações vão se enfraquecendo. E perdemos, pouco a pouco, a segurança em nosso discernimento para escolher aquilo que realmente nos favorece.
É muito comum as pessoas escolherem produtos pelo rótulo, pelo nome, freqüentarem locais pela publicidade, e assim também fazem as mulheres quando vão escolher exercitar ou aprender mais sobre o Feminino.
Já vi amigas que escolheram cursos utilizando os mesmos critérios habituais de: Com base em... Formada em... Certificados de... E saem da experiência com uma receita pronta, sem ao menos terem vivenciado algo delas que fosse verdadeiro.
Por trás de toda a poética e real necessidade da reemergência do Feminino, como boas filhas do patriarcado, ficamos “correndo atrás da própria cauda” quando em nossas escolhas repetimos os padrões que legitimam os moldes materialistas!
Em contrapartida, entre as pessoas que oferecem um trabalho ou realizam círculos ligados ao Feminino cria-se uma torturante e silenciosa corrida em direção a uma formação que lhes confira algum tipo de especialidade, por exemplo, hipoteticamente, "Femenologia", como que para transmitir segurança, diminuindo o valor daquelas mulheres dotadas apenas de suas vivências e experiências.
Fazer escolhas de modo racional e científico precisa ser modificado no comportamento que anseia ancorar o Feminino, pois neste universo uma mulher com experiência de uma visão profunda da vida certamente será mais preparada do que qualquer outra que tenha mil formações.
As referências de uma boa instrutora acontecem de modo informal, circular, por indicação e vai num crescente como uma espiral: quanto mais vivência, mais elos, mais referências, mais autoridade...
Para as mulheres contemporâneas, seguir sua essência Feminina não é uma tarefa fácil, pois é participar de fato o tempo todo de sua própria transformação. É constatar que seguir os instintos é ir contra tudo o que se aprendeu ser correto. Não é cômodo, muito menos uma via fácil para se ter status. Mas é um caminho seguro, dotado de liberdade em todos os sentidos: emocional, espiritual, sexual, psicológico.
É uma via de conhecimento diferente: adquire-se pela tradição das relações, do compartilhar, orientar, questionar a vida; pelas experiências e vivências desafiadoras psico-corporais-espirituais que nos oferecem nossas fases enquanto mulheres! Vem do quanto arriscamos nos conhecer, depois do risco de confiar em nós mesmas, mesmo sem ter um documento que nos atribua uma autoridade; vem pela prática de crises e encorajamentos que vivenciamos em nós mesmas e nas mulheres que amamos.

Correr o risco de vivenciar a nós mesmas enquanto corpo, ciclo, sexualidade, sentimentos, fases, envelhecimento, luz e escuridão é uma bagagem que legitima a autoridade nos assuntos do Feminino!
Mas como saber? Faz parte da própria jornada a escolha pelo instinto, o exercício do "faro"! Faz parte correr o risco de confiar nas nossas sensações e isso é Feminino!
Começando pelas pessoas que atraímos para nosso aprendizado e aquelas que se escolhe caminhar, trocar, compartilhar e aprender, vamos recuperando o "radar", o elo de ligação profunda com a vida, com a terra e umas com as outras. Assim, reaprendemos a escutar a voz que vem do fundo da alma, ao invés da voz do medo das regras, da falta de status ou de títulos.
Investir em nossos talentos, usar o que já possuímos, ter coragem de ir em frente e se expor, mesmo sem um papel que nos dê “licença”, e confiar em nós mesmos, simplesmente porque sim, de fato é mudar um padrão!
E, embora seja realmente uma escolha e um portal que atravessamos solitariamente, nós não estamos sozinhas. Dizem que quando o aluno está pronto, o mestre aparece. Com um pouco de sorte, encontramos não uma mestra, mas muitas no caminho onde os mistérios mais profundos do Feminino possam ser revelados.

Entre mulheres de confiança, podemos, efetivamente, nos fortalecer, nos expor, compartilhar e exercer o discernimento com escolhas que realmente enalteçam a nossa essência!
(Texto: Dúnia La Luna) publicado no blog Clube da Lulu

(Referências das Figuras: 1-Afonse Osbert, 2-Katlyn Breene, 3- William Waterhouse)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dança do Ventre: Corpo, Mente e Alma em Movimento


Por Felipe Salles Xavier*

Antes do verbo era o ventre, a força criadora do universo e da vida. O que seriamos nós sem o ventre? Sendo que é através dele que ganhamos à vida. Ele é o centro da existência e da criatividade humana por excelência.

  
Origem
Atualmente acredita-se que a dança foi à primeira forma artística de expressão e simbolização do ser humano, a principio ela possuía a finalidade de imitar os animais, a natureza e os elementos mágicos, ou seja, imitar tudo aquilo que rodeava nossos antepassados, foi ela a primeira maneira concreta de simbolizar com o corpo e também de um compreender e unificar-se ao sagrado, ao mundo e ao fluxo da vida. (SCÁRDUA, 2007.)

A dança assume um papel importantíssimo no desenvolvimento humano, serviu para tentar explicar a nossa própria existência, o fato de nossos antepassados dançarem contribuiu em nosso desenvolvimento biológico, corpóreo e psicológico, experimentando sensações, emoções e sentimentos que eram liberados por esse fazer artístico.

Por isso a dança é uma ferramenta que nos possibilita uma unificação ao sagrado, já que nas culturas pré-históricas tudo aquilo que nos cercava era tido como sagrado, pois a crença de sermos fruto do mesma mãe, do mesmo útero, era fortemente socializada, essa mãe é chamada de terra, Gaia, a deusa-mãe natureza.


A Dança do Ventre
A dança do ventre foi à primeira forma de expressão do feminino, ela surge em várias culturas, há indícios de que possa ter surgido no antigo Egito por volta de 7.000 a.C, onde eram realizadas por sacerdotisas para rituais de fertilidade e adoração, e também existem pesquisadores que acreditam que ela tenha surgido com um povo mais antigo, os sumérios, provenientemente de um ritual sagrado.  (PENNA, 1993)

As atribuições artísticas só foram incorporadas com a invasão dos árabes ao território egípcio, quando os padrões da dança foram miscigenados, adicionando um caráter comemorativo, onde se celebra as formas de vida, a magia, o nascimento.

O verdadeiro nome dessa dança é Raks Sharki (dança do oriente), nos Estados Unidos é conhecida como Belly Dance (dança da barriga/ventre), e no Brasil é chamada de Dança do Ventre, esta é uma dança produzida por mulheres e para as mulheres, foi desenvolvida num tempo onde as deusas estavam vivas e presentes em forma de mito, num tempo onde a mulher e a serpente eram sagradas. 


A Serpente
A serpente é um símbolo mítico ligado ao feminino, à fertilidade, a regeneração e a saúde. Ela também incorpora o ciclo da vida, enquanto Ouroboros, a serpente que morde a própria cauda, representa a evolução própria, a continuidade, a auto-fecundação, a proximidade entre o mundo superior e inferior, e ainda a idéia de eterno retorno. Portanto, a vida. (JUNG, 1964)


Mitos e Arquétipos
Os mitos são a conscientização de arquétipos do inconsciente coletivo, neles encontramos representações internas, transcendentes e coletivas, que servem para organizar o funcionamento psíquico e o comportamento, de acordo com o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, os mitos ilustram arquétipos, e estes não podem ser descritos, entretanto podem ser “representados”. (JUNG, 1964)

Segundo Hall (1989), os arquétipos são padrões universais, determinantes inatos da vida mental, é uma parte não individual da psique, e algo coletivo, resumindo, são tendências herdadas no inconsciente coletivo, que faz com que os indivíduos se comportem de forma semelhante aos ancestrais que passaram por situações parecidas.


Impressões Psicológicas
A dança do ventre está intimamente ligada ao arquétipo da Grande Deusa-Mãe, que esta relacionado à criação, o nascimento, a fertilidade, aquilo que é puro e sagrado.

Em cada ser humano existe, no mais profundo do seu mundo interior, a recordação da Mãe. Mãe como natureza, mãe como mulher que gerou e criou, mãe como símbolo de toda a poderosa força criadora individual e universal. São impressões psicológicas muito antigas, relacionadas com a experiência do nascimento e da morte. A imagem arquetípica de uma formidável energia que pariu tudo o que existe fica latente no plano inconsciente até que se ative pelas experiências da vida, ou seja despertada por meios invocatórios, como na dança ritualística. Qualquer mulher, quando vai ser mãe, sofre certa estimulação inconsciente desse arquétipo. Na pratica, tudo funciona para que ela se adapte da melhor maneira possível à tarefa de parir, usando o acervo humano de incontáveis experiências. O arquétipo da Grande Mãe é uma espécie de banco de dados de incontáveis experiências de concepção, gestação, parto e cuidados maternais registrados no inconsciente. Tudo é parte do amplo conjunto de memórias do processo evolutivo humano. (PENNA, 1993, p. 87 - 88)

As mulheres que praticam essa dança entram numa espécie de viagem interior, onde ganham contato com vários símbolos, emoções e sensações ainda não experimentadas, surgem assim às imagens arquetípicas. Na dança do ventre alguns desses arquétipos são:  o Materno, a Odalisca, a Prostituta Sagrada e Afrodite, esses dois últimos estão associados à sensualidade, aos desejos e ao prazer.


O Materno
O arquétipo Materno surge de diversas formas, mas sempre de uma simbologia própria, para diversos psicólogos junguianos, o arquétipo da Grande Deusa-Mãe é o próprio arquétipo Materno. A imagem da Grande Deusa-Mãe surge através da história das religiões, e se estende em várias imagens arquetípicas. Nos olhares da psicologia nos relacionamos com o arquétipo Materno através da própria mãe e a avo, da madrasta e a sogra, e outras mulheres com as quais nos sentimos bem, também com a igreja, a universidade, a cidade, a floresta, a lua, útero e outros. São todos esses e muito mais os símbolos que tratam deste arquétipo. Algumas das características que esses arquétipos trazem são: a bondade, o feminino, a sabedoria, a espiritualidade, o cuidado, o instinto, a fertilidade, o oculto, o obscuro, o renascimento, o sedutor, o venenoso, o pavor e o mortal.


A Odalisca
A Odalisca é uma dançarina que se utiliza dos homens para satisfazer sua sexualidade, ela traz a sensualidade como forma de vida. É uma mulher comum que serve sexualmente no harém do rei, uma de suas técnicas de sedução é a dança do ventre. Esse arquétipo fala da relação com o próprio desejo, as mulheres em contato com ele vivem a idéia de serem vistas como deusas da beleza, da sensualidade e do prazer, o que é uma condição psicológica existencial, aonde vêm o sexo como uma forma de domínio pelo prazer, isso é uma necessidade de acabar com a própria impotência, inferioridade que tem inconscientemente.


A Prostituta Sagrada
A Prostituta Sagrada é uma mulher humana que encarna as diversas deusas do amor, paixão e da fertilidade, algumas dessas são: Inana (Sumária), Istar (Babilônia), Isis e Bastet (Egito), Astarte (Fenícia), Afrodite (Grécia) e Vênus (Roma).  Ela representa a sexualidade de forma divina, é a sexualidade feminina sendo reverenciada, são responsáveis pela felicidade sexual e pelo desejo. Através dessa imagem a mulher se encontra com o próprio corpo, usando ele como arma sedutora para conseguir o que quer dos homens. Ao rejeitá-la pode-se trazer insatisfação na vida, e ao ser possuída por ela, a mulher pode achar que a única coisa que tem a oferecer é o próprio corpo.


Afrodite
A deusa Afrodite na mitologia é filha apenas do pai. Seu nascimento se da quando Zeus, corta os testículos de Cronos e seu esperma acaba caindo nas águas. Dessa união nasce Afrodite, a filha do masculino e da emoção. A deusa não conhece o feminino, logo, acha que sua beleza é tudo que tem a oferecer, esse arquétipo trás as informações do “falso” feminino, entretanto, não vivenciá-la traz conseqüências amargas, como a falta de auto-estima, auto-conhecimento, falta de sexualidade e beleza corporal. 
As mulheres tomam contato com essas informações do inconsciente através de visões e sonhos que aparecem depois de algum tempo do trabalho corporal que é feito, o ideal é que as praticantes dessa arte busquem uma psicoterapia junguiana para trabalharem os símbolos e entrarem em contato com o seu verdadeiro eu.


O Corpo
Outro fator importante na dança do ventre é o trabalho bioenergético que se realizam, os movimentos trabalham os músculos superficiais e profundos, soltando-os dos ossos, deslizado e realinhando toda a musculatura, vértebras e a própria postura, isso faz com que haja uma mudança em todos os estados afetivos e psicológicos, dessa forma acaba fazendo com que as couraças se dissolvam, liberando as emoções que no decorrer de nossas vidas ficam presas ao corpo.

Boyesen (1986) diz que as couraças são tensões que são geradas ao longo da vida, servem para proteger o indivíduo de experiências dolorosas e ameaçadoras.

Para os psicoterapeutas corporais, o corpo conta a história de vida de cada indivíduo, e o trabalho corporal é necessário para que ocorra a liberação de emoções “engarrafadas” no corpo e para um melhor fluxo de energia orgônica, o que nos proporciona uma melhor qualidade de vida.

Segundo Reich (2004), médico e psicanalista o Orgone é uma energia universal, sem massa e nem inércia, que esta em tudo o que é vivo, e ele pode ser acumulado no corpo através da respiração profunda. 

Na dança do ventre é fundamental o trabalho com muitos músculos e com respiração profunda, o que é base no trabalho corporal, os seus movimentos atuam diretamente nos desbloqueios das couraças e no acumulo de orgone.

Nessa abordagem levamos em conta que o corpo é um local privilegiado da subjetividade de cada um, e deve ser respeitado como tal.

A dança do ventre religa as suas praticantes ao feminino, ao sentimental, ao puro, ao sagrado, ao prazer, ao corpo e aos arquétipos, nos remetendo a tudo aquilo que é essencial a vida e que a sociedade atual não tem tempo para desfrutar, ou seja, ela possibilita uma (re)construção sobre um ser humano primordial.

Nessa jornada do auto-conhecimento entramos num processo de auto-cura onde há aumento da auto-estima, sensualidade, sexualidade, do gosto pela vida e melhor fluxo de nossas próprias idéias, afetos e emoções.

Então com olhares de duas abordagens psicológicas distintas, podemos ver que trabalham excelentemente bem juntas, um trabalho corporal e analítico, nos faz entrar em contato com a nossa verdade, com nossos símbolos, com o sagrado e com um corpo-Eu, é a aproximação perfeita de corpo, mente e alma. 



REFERÊNCIA: 

BOYESEN, G. Entre Psiquê e Soma, São Paulo-SP: Summus: 1986.

HALL, J. A. A Experiência Junguiana: Análise e Individuação. São Paulo-SP: Cultrix, 1989.

JUNG, C. G. (Org). O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro-RJ: Nova Fronteira, 1964.

PENNA, L. Dance e Recrie o Mundo: A força Criativa do Ventre. São Paulo-SP: Summus, 1993. 

REICH, W. Análise do caráter, São Paulo: Martins Fontes, 2004.

SCÁRDUA, A. V. C. Dança e o Movimento da Vida.  Khan El Khalili. Disponível em: <http://www.khanelkhalili.com.br/artigos/dancadoventreartigos009.htm>. Acesso em: 13 março 2007.

*Felipe Salles Xavier, Integrante do projeto Papeando Com a Psicologia. Oficineiro do Projeto Escola Aberta ministrando cursos de Psicologia Junguiana e Corporal, Danças e Artes. Acadêmico do Hospital Santa Casa de Misericórdia atuando em orientação, acolhimento, plantão psicológico e psicoterapia junguiana e positiva. Desenvolve pesquisas em “Mito e o Corpo” e “Psicologia da Arte Marcial: Tae Kwon Do e Imaginário Arquetipico”. É estudante de Psicologia do Instituto de Ensino Superior e Formação Avançada de Vitória (FAVI).



Paz Profunda em Nossos Corações!
  بارك الله فيك
Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas

Oração de Maria Madalena


(extraída do livro "O Romance de Maria Madalena , uma mulher incomparável", de Jean-Yves Leloup)

“Meu Deus, tu és o Deus da primavera,O que faz florescer, o que faz crescer.
Será que é mesmo necessário que sejamos “pequeninos”
Para que tu sejas todo-poderoso?
“Pobres pecadores”, para que tu sejas misericórdia?
Não é suficiente que estejamos nus, para que tu brilhes,
Que estejamos vazios, para que tu sejas tudo?
Tu não és um Deus que desconfia das mulheres,
Que canoniza os santos e queima as feiticeiras.
Tu és belo e amas a beleza
Eu orei a ti, com freqüência, Meu Deus
Para que me livrasses dos deuses que acusam
Que desprezam e fanatizam...
E tu me enviaste a primavera: a amendoeira
Floresceu.
Respirei o grande dia e a grande noite,
Reconheci teu sopro no jardim,
Tua brisa à beira do lago.
Tu me ensinaste que rezar mais
É respirar melhor.
Ainda não sei se és o Deus dos amantes,
Se fores aquele que ama em todos os que amam.
Amo-te sem te ver, sem te tocar
E, no entanto, sei que me deste
Olhos para ver e braços para abraçar.
Um dia talvez, em cores oceânicas,
Um homem virá
Para te dar um semblante
E abençoar a terra na oferenda de meu corpo;
Então, eu te amarei, meu Deus
Como as mulheres amam,
Como as crianças,
Como a tempestade
E nos tornaremos Um.”


Paz Profunda em Nossos Corações!
  بارك الله فيك
Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas

A Lua Vermelha da Menstruação


texto escrito por Mirella Faur

Na Antigüidade, o ciclo menstrual da mulher seguia as fases lunares com tanta precisão que a gestação era contada por luas. Com o passar dos tempos, a mulher foi se distanciando dessa sintonia e perdendo, assim, o contato com seu próprio ritmo e seu corpo, fato que teve como conseqüência vários desequilíbrios hormonais, emocionais e psíquicos. Para restabelecer essa sincronicidade natural, tão necessária e salutar, a mulher deve se reconectar à Lua, observando a relação entre as fases lunares e seu ciclo menstrual. Compreendendo o ciclo da Lua e a relação com seu ritmo biológico, a mulher contemporânea poderá cooperar com seu corpo, fluindo com os ciclos naturais, curando seus desequilíbrios e fortalecendo sua psique.
Para compreender melhor a energia de seu ciclo menstrual, cada mulher deve criar um Diário da Lua Vermelha, anotando no calendário o início de sua menstruação, a fase da lua, suas mudanças de humor, disposição, nível energético, comportamento social e sexual, preferências, sonhos e outras observações que queira.
Para tirar conclusões sobre o padrão de sua Lua Vermelha, faça essas anotações durante pelo menos três meses, preferencialmente por seis. Após esse tempo, compare as anotações mensais e resuma-as, criando, assim, um guia pessoal de seu ciclo menstrual baseado no padrão lunar. Observe a repetição de emoções, sintonias, percepções e sonhos, fato que vai lhe permitir estar mais consciente de suas reações, podendo evitar, prever ou controlar situações desagradáveis ou desgastantes.
Do ponto de vista mágico, há dois tipos de ciclos menstruais determinados em função da fase lunar em que ocorre a menstruação. Quando a ovulação coincide com a lua cheia e a menstruação com a Lua Negra (acontece nos três dias que antecedem a lua nova, entendido como o quinto dia da lua minguante), a mulher pertence ao Ciclo da Lua Branca. Como o auge da fertilidade ocorre durante a lua cheia, esse tipo de mulher tem melhores condições energéticas para expressar suas energias criativas e nutridoras por meio da procriação.
Quando a ovulação coincide com a lua negra e a menstruação com a lua cheia, a mulher pertence ao Ciclo da Lua Vermelha. Como o auge da fertilidade ocorre durante a fase escura da lua, há um desvio das energias criativas, que são direcionadas ao desenvolvimento interior, em vez do mundo material. Diferente do tipo Lua Branca, que é considerada a boa mãe, a mulher do Ciclo Lua Vermelha é bruxa, maga ou feiticeira, que sabe usar sua energia sexual para fins mágicos e não somente procriativos.
Ambos os ciclos são expressões da energia feminina, nenhum deles sendo melhor ou mais correto que o outro. Ao longo de sua vida, a mulher vai oscilar entre os ciclos Branco e Vermelho, em função de seus objetivos, de suas emoções e ambições ou das circunstâncias ambientais e existenciais.
Além de registrar seus ritmos no Diário da Lua Vermelha, a mulher moderna pode reaprender a vivenciar a sacralidade de seu ciclo menstrual. Para isso, é necessário criar e defender um espaço e um tempo dedicado a si mesma. Sem poder seguir o exemplo das suas ancestrais, que se refugiavam nas Tendas Lunares para um tempo de contemplação e oração, a mulher moderna deve respeitar sua vulnerabilidade e sensibilidade aumentadas durante sua lua. Ela pode diminuir seu ritmo, evitando sobrecargas ao se afastar de pessoas e ambientes carregados, não se expondo ou se desgastando emocionalmente, e procurando encontrar meios naturais para diminuir o desconforto, o cansaço, a tensão ou a agitação.
Com determinação e boa vontade, mesmo no corre-corre cotidiano dos afazeres e obrigações, é possível encontrar seu tempo e espaço sagrados para cuidar de sua mente, de seu corpo e de seu espírito. Meditações, banhos de luz lunar, água lunarizada, contato com seu ventre, sintonia com a deusa regente de sua lua natal ou com as deusas lunares, viagens xamânicas com batidas de tambor, visualizações dos animais de poder, uso de florais ou elixires de gemas contribuem para o restabelecimento do padrão lunar rompido e perdido ao longo dos milênios de supremacia masculina e racional.
O mundo atual - em que a maior parte das mulheres trabalha - ainda tem uma orientação masculina. Para se afastar dessa influência, a mulher moderna deve perscrutar seu interior e encontrar sua verdadeira natureza, refletindo-a em sua interação com o mundo externo.


Paz Profunda em Nossos Corações!
  بارك الله فيك
Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas

A Lenda das 13 Matriarcas


Texto de Mirella Faur
extraído do Anuário da Grande Mãe

Ao longo dos tempos, entre os Kiowa, Cherokee, Iroquois, Sêneca e em várias outras tribos nativas norte-americanas, as anciãs contavam e ensinava, nos "Conselhos de Mulheres" e nas "Tendas Lunares", as tradições herdadas de suas antepassadas. Dentre várias dessas lendas e histórias, sobressai a lenda das "Treze Mães das Tribos Originais", representando os princípios da energia feminina manifestados nos aspectos da Mãe Terra e da Vovó Lua.
Neste momento de profundas transformações humanas e planetárias, é importante que todas as mulheres conheçam este antigo legado para poderem se curar antes de tentarem curar e nutrir os outros. Dessa forma, as feridas da alma feminina não mais se manifestarão em atitudes hostis, separatistas, manipuladoras ou competitivas. Alcançando uma postura de equilíbrio, as mulheres poderão expressar as verdades milenares que representam, em vez de imitarem os modelos masculinos de agressão, competição, conquista ou domínio, mostrando, assim, ao mundo um exemplo de força equilibrada, se empenhando na construção de uma futura sociedade de parceria.
Como regentes das treze lunações, as Treze Matriarcas protegem a Mãe Terra e todos os seres vivos, seus atributos individuais sendo as dádivas trazidas por elas à Terra. O símbolo da Mãe Terra é a Tartaruga e seu casco, formado de treze segmentos, simboliza o calendário lunar.
Conta a lenda que, no início da no nosso planeta, havia abundância de alimentos e igualdade entre os sexos e as raças. Mas, aos poucos, a ganância pelo ouro levou à competição e à agressão, a violência resultante desviou a Terra de sua órbita, levando-a a cataclismos e mudanças climáticas. Em conseqüência, para que houvesse a purificação necessária do planeta, esse primeiro mundo foi destruído pelo fogo.
bordado Matizes Bordados Dumont
Assim, com o intuito de ajudar em um novo início e restabelecer o equilíbrio perdido, a Mãe Cósmica, manisfestada na Mãe Terra e na Vovó Lua, deu à humanidade um legado de amor, perdão e compaixão, resguardado no coração das mulheres. Para isso, treze partes do Todo representando as treze lunações de um ciclo solar e atributos de força, beleza, poder e mistério do Sagrado Feminino. Cada uma por si só e todas em conjunto, começaram a agir para devolver às mulheres a força do amor e o bálsamo do perdão e da compaixão que iriam redimir a humanidade. Essa promessa de perfeição e ascensão iria se manifestar em um novo mundo de paz e iluminação, quando os filhos da Terra teriam aprendido todas as lições e alcançado a sabedoria.
Cada Matriarca detinha no seu coração o conhecimento e a visão e no seu ventre a capacidade de gerar os sonhos. Na Terra, elas formaram um conselho chamado "A Casa da Tartaruga" e, quando voltaram para o interior da Terra, deixaram em seu lugar treze crânios de cristal, contendo toda a sabedoria por elas alcançada. Por meio dos laços de sangue dos ciclos lunares, as Matriarcas criaram uma Irmandade que une todas as mulheres e visa a cura da Terra, começando com a cura das pessoas. Cada uma das Matriarcas detém uma parte da verdade representada, simbolicamente, em uma das treze ancestrais, as mulheres atuais podem recuperar sua força interior, desenvolver seus dons, realizar seus sonhos, compartilhar sua sabedoria e trabalhar em conjunto para curar e beneficiar a humanidade e a Mãe Terra.
Somente curando a si mesmas é que as mulheres poderão curar os outros e educar melhor as futuras gerações, corrigindo, assim, os padrões familiares corrompidos. Apenas honrando seus corpos, suas mentes e suas necessidades emocionais, as mulheres terão condições de realizar seus sonhos.
Falando suas verdades e agindo com amor, as mulheres atuais poderão contribuir para recriar a paz e o respeito entre todos os seres, restabelecendo, assim, a harmonia e a igualdade originais, bem como o equilíbrio na Terra.

Meditação para entrar em contato com a Matriarca de qualquer lunação
bordado Matizes Bordados Dumont
Transporte-se mentalmente para uma planície longínqua. Ande devagar por entre os arbustos e diferente tipos de cactos, nascendo do chão pedregoso. O ar está calmo, o silêncio quebrado apenas pelo canto de alguns pássaros. Veja o Sol se pondo, colorindo o céu nos mais variados tons de dourado e púrpura.
No meio dos arbustos você enxerga uma construção rudimentar de adobe, meio enterrada no chão, lembrando o casco de uma tartaruga. Ao redor, há um círculo de treze índias, algumas idosas, outras jovens, vestidas com roupas e xales coloridos e enfeitadas com colares e pulseiras de prata, turquesa e coral. A mais idosa bate um tambor, as outras cantarolam uma canção que lhe parece familiar. Uma delas lhe faz sinal para que você se aproxime e você a segue respeitosamente.
Sabendo que chegou à Casa do Conselho, onde receberá apoio e orientação, você entra na estranha construção de teto, por uma abertura, descendo por uma escada rústica de madeira. Ao descer a escada, você se percebe dentro de uma "Kiva", a câmara sagrada de iniciação dos povos nativos. As paredes estão decoradas com treze escudos, cada um ornado de maneira diferente, com penas, símbolos, conchas e fitas coloridas. O chão de terra batida está coberto de ervas cheirosas e algumas esteiras de palha trançada. No fundo da "Kiva", você vê duas pequenas fogueiras, cuja fumaça sai por duas aberturas no teto. Esses "fogos cerimoniais" representam os dois mundos - o material e o espiritual - e as aberturas representam os canais ou "antenas " que permitem a percepção dos planos sutis. A fumaça representa o caminho pelo qual os pedidos de auxílio e as preces são encaminhados para o Grande Espírito.
No centro, perto de um caldeirão, está sentada a Matriarca que você veio procurar. Ajoelhe-se e exponha-lhe seu problema. Ouça, então, sua orientação sábia ecoando em sua mente. Peça, em seguida, que ela toque seu peito, acendendo assim o terceiro fogo, a chama amorosa de seu próprio coração. Sinta o calor de sua benção curando antigas feridas e dissolvendo todas as dores, enquanto a chama lhe devolve a coragem, a força, a fé e a esperança. Agradeça à Matriarca pela dádiva que lhe devolveu seu dom inato e comprometa-se a restabelecer os vínculos com a Irmandade das mulheres, lembrando e revivendo a sabedoria ancestral.
Despeça-se e volte pelo mesmo caminho, tendo adquirido uma nova consciência e a certeza de que jamais estará só, pois a Matriarca da Lunação de seu nascimento a apoiará e guiará sempre.


Paz Profunda em Nossos Corações!
  بارك الله فيك
Yasmine Amar
Danças Árabes e Andaluzas